quarta-feira, 29 de junho de 2011

ARQUIDIOCESE DE MARIANA


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" GUIA GERAL DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA - 2008 - 2009 19

ARQUIDIOCESE DE MARIANA

NOTA HISTÓRICA
Com a posse canônica de Dom Frei Manoel da Cruz, cisterciense
da família de São Bernardo e Primeiro Bispo, na histórica data de
2 de fevereiro de 1748, Mariana se tornou, dentro do contexto
brasileiro, a sexta diocese, depois do bispado da Bahia (1555), Rio de
Janeiro (1676), Olinda (1676), Maranhão (1677) e Pará (1719). Antes
da data inaugural de nossa diocese (02/02/1748), a Província das Minas
Gerais “in spiritualibus” dava obediência aos Bispos do Rio de Janeiro.
Umas quarenta paróquias aproximadamente foram aqui instituídas
pelo Ordinário fluminense, no período de 1702 a 1721. Entre estas primeiras,
um total de vinte e três ainda pertencem à atual Arquidiocese:
Carmo (Mariana), São Sebastião (Bandeirantes), São Caetano (Monsenhor
Horta), Sumidouro (Padre Viegas), Furquim, Pilar de Ouro Preto,
Catas Altas (do Mato Dentro), Cachoeira do Campo, Guarapiranga (Piranga),
Ouro Branco, Antônio Dias de Ouro Preto, Santa Bárbara, São
Bartolomeu, Inficionado (Santa Rita Durão), Camargos, Antônio Pereira,
Casa Branca (Glaura), Congonhas, Itabira do Campo (Itabirito), Itaverava,
Itatiaya, Borda do Campolide (Barbacena) e Carijós (Conselheiro
Lafaiete).
20 GUIA GERAL DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA - 2008 - 2009
A mesma bula papal que criou a Diocese de Mariana -”Candor Lucis
Aeternae”- criou também o bispado de São Paulo. Depois de cento e sessenta
anos, nossa Diocese, foi elevada à categoria de Arquidiocese, juntamente
com o bispado de Belém do Pará, por um mesmo documento
pontifício - “Sempiternam Humani Generis”, de São Pio X, 1/5/1906. Celebramos
em 2006, a data jubilar dos cem anos como Arquidiocese.
O território coberto pela diocese primaz de Minas, aproximadamente
um quinto do Estado, a região mineira então habitada (centro e sudeste),
hoje está repartido entre seis províncias eclesiásticas e se subdividiu
numa radiosa constelação de bispados, como, Diamantina, Pouso Alegre,
Campanha, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Leopoldina, Caratinga,
Aterrado (Luz), São João del Rei, Itabira. A sua Catedral tornou-se assim
a matriz dadivosa de tantas outras Catedrais.
De Mariana, irradiou-se para todos os horizontes mineiros o facho
sagrado do Evangelho que civilizou, educou e engrandeceu a gente mineira.
Em Mariana, se ergueram sólidos os umbrais da Religião Católica
para os montanheses. Assumindo a sua história, nossa Arquidiocese
quer guardar ciosamente o precioso legado que recebeu de seus ancestrais
na fé: uma adesão irrestrita a Jesus Cristo e à sua Igreja e o compromisso
de amar e servir na solicitude para com todos, com especial
cuidado para com os mais necessitados.
Há em Mariana “um patrimônio de fé” a ser cultivado, trabalhado e
colocado, permanentemente, a serviço da solidariedade. Nossa tarefa
será assumir, com novo ardor, a evangelização, procurando que Jesus, o
Bom Pastor, seja mais conhecido e amado e seja instaurado entre nós
seu Reino de Justiça, Amor e Paz.
BISPOS E ARCEBISPOS DE MARIANA
Mons. Flávio Carneiro Rodrigues
Os antíteses marianenses são oito bispos e cinco arcebispos. Sete
vieram de congregações religiosas (cirterciense, dominicana, franciscana,
(2) lazarista, salesiana e jesuíta) e seis, presbíteros do clero secular.
Os sete primeiros eram portugueses, dois mineiros do clero marianense
(Dom Silvério e Dom Oscar) dois capixabas (Dom Helvécio e Dom Geraldo)
dois cariocas (Dom Benevides e Dom Luciano). Todos empunharam,
com zelo e dignidade, o báculo de seu pastoreio, seguindo o CanGUIA
GERAL DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA - 2008 - 2009 21
dor da Luz Eterna, o divino esplendor do Evangelho. Ainda ressoa o
sagrado compromisso de evangelizar, com novo ardor a caminho do
Reino Definitivo.
Os bispados de Mariana e São Paulo, constituídos pelo mesmo documento
pontifício, têm idade igual. Mas enquanto Mariana só teve oito
bispos e cinco arcebispos, São Paulo foi governado por doze bispos e seis
arcebispos. Foram mais longos os períodos de governo de alguns antístites
marianenses: Dom Helvécio (37 anos), Dom Viçoso (31 anos), Dom
Oscar (38 anos), Dom Silvério (25 anos) e Dom Luciano (18 anos). Além
disso, Mariana passou por várias vacâncias: sete anos depois de Dom
Frei Manoel da Cruz (1764-1772); cinco anos depois de Dom Frei Domingos
Pontével (1793- 1798); três anos depois de Dom Frei Cipriano;
nove meses depois de Dom Frei José da Santíssima Trindade; e dez
meses (agosto de 2006 a junho de 2007) depois da morte de Dom Luciano
Pedro Mendes de Almeida.
O primeiro da honrosa galeria, Dom Frei Manoel da Cruz (1748-
1764), transferido do Maranhão onde, por sete anos, serviu, com edificante
zelo, aceitou, com entusiasmo apostólico, sua transferência para
Mariana, aonde conseguiu chegar depois de uma homérica viagem de
4.000 quilômetros, pelo interior brasileiro, que lhe custou nada menos
que quatorze meses. Em Mariana, finalmente, levou meses recuperando
sua condições físicas para tomar posse em 17/12/1748. Foi um apóstolo
intrépido: fundou o seminário de veneranda história; encarou com
firmeza, a resistência de um Cabido mal informado que se lhe opôs,
quando quis introduzir na Catedral a devoção ao Coração de Jesus; criou
paróquias, ordenou 227 sacerdotes.
O segundo e terceiro bispos tomaram posse do bispado de Mariana
através de Procuradores e não pisaram o território Marianense. O segundo,
Dom Joaquim Borges de Figueroa (1772-1773), logo depois de
nomeado Bispo de Mariana, foi transferido para o Arcebispado da Bahia,
que havia vagado e em cuja catedral está sepultado. Curioso na vida
deste bispo é que viveu a maior parte de sua vida como subdiácono no
Patriarcado de Lisboa, só foi ordenado padre com cinqüenta e sete anos
e, com apenas oito meses de padre, foi eleito bispo. Depois de um ano
somente como bispo de Mariana, foi promovido a arcebispo da Bahia.
No breve período de três anos, subiu de subdiácono a Arcebispo. Em
seu curto governo, não deixou de manifestar cuidado com o seminário.
22 GUIA GERAL DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA - 2008 - 2009
O terceiro, Dom Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis (1773-1779),
residia longe, na China (Macau), quando foi escolhido para Mariana.
Empreendendo a viagem de regresso, deteve-se em Portugal de onde
não se animou a transpor o oceano para chegar a Mariana que administrou
através de procuradores, durante cinco anos e oito meses. Foi ele
um dos bispos consagrantes de Dom Pontevél e o bispo que ordenou
sacerdote dom Frei Cipriano de São José, respectivamente seu primeiro
e segundo sucessores na Cátedra de Mariana. Renunciou à diocese e
viveu, depois disto, muitos anos em Lisboa.
O quarto, Dom Frei Domingos da Encarnação Pontevél (1779-1793),
visitou mais de uma vez as quarenta e seis paróquias de sua diocese, fez
reformas na Catedral, ordenou 125 padres. Seus últimos anos viveu em
Ouro Preto, onde faleceu. O episódio da Inconfidência Mineira aconteceu
em seu governo e teve a participação de uns oito padres de seu
clero. Foi extremoso pai dos pobres e abandonados.
Dom Frei Cipriano de São José (1798-1817), soube governar com
energia, corrigindo muitos abusos implantados anteriormente. Grande
administrador, ornou o paço episcopal com melhoramentos e jardins.
Ordenou 142 padres.
Dom Frei José da Santíssima Trindade (1820-1835), reabriu o seminário
desativado há nove anos, reformou mais uma vez a Catedral, deu
assistência às comunidades do bispado, então já muito povoado (71
paróquias e 312 curatos). Em seu governo, o Brasil consegue sua independência
política e o bispo de Mariana é convocado à corte para a
consagração do novo imperador. Nesta época, são fundados os colégios
do Caraça e de Congonhas. Crismou 3.600 batizados e ordenou 136 padres.
Em sua lápide mortuária, na cripta da Catedral, pode-se ler: “Salve
prelado caríssimo, honra e glória do áureo trono episcopal.”
O servo de Deus, Dom Antônio Ferreira Viçoso (1844-1875), nasceu
em Portugal (13/05/1787), onde fez os primeiros estudos e foi ordenado
padre. Chegando ao Brasil com 32 anos (1819), identificou-se com o
povo brasileiro que amou extremosamente. Foi, entre nós, padre, missionário,
educador da juventude, defensor dos direitos da Igreja, protetor
dos escravos e dos órfãos. Eleito sétimo bispo de Mariana (1844),
consagrou-se mais ainda à glória de Deus, empenhando-se heroicamente
pela exaltação da Igreja e dignidade do Clero. Plantou, em todo o solo
mineiro, fecundas sementes de fé católica e temor a Deus.
GUIA GERAL DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA - 2008 - 2009 23
Teve um governo marcante e deixou uma memória vereranda, bendita
e aplaudida até os dias atuais. Mostrou um carinho imenso com o
seminário que entregou à direção de seus co-irmãos lazaristas; trouxe
da França as irmãs Vicentinas para cuidarem da formação feminina no
Colégio Providência; visitou cinco vezes todas as paróquias da vasta diocese;
pregou exaustivamente a Palavra de Deus; defendeu escravos,
pobres e oprimidos; ordenou 316 padres. Muito ensinou e edificou com
seus livros e jornais (Selecta Catholica, O Romano, O Bom Ladrão).
Organizou a criação da Diocese de Diamantina, filha primogênita de
Mariana. Viveu de forma exemplar e morreu com 88 anos, em odor de
santidade, aos 7/7/1875. Seu túmulo se encontra na cripta da Catedral
Basílica de Mariana, Minas Gerais. As gerações que o seguiram confiam
na sua canonização e não esmorecem nesse empenho. Seu processo
concluído já em nível diocesano, tramita agora, envolto de esperanças e
orações, na Congregação para a Causa dos Santos, em Roma. Levado a
essa Congregação o estudo minucioso das virtudes praticadas em grau
superlativo pelo Servo de Deus (Positio Super Virtutibus) recebeu este
exame franca aprovação. Grande é agora a esperança de, em futuro próximo,
ser apresentada à Santa Sé a comprovação fundamentada de um
insigne favor (milagre), atribuído à intercessão de Dom Viçoso, para
que se obtenha assim sua Beatificação. Queira Deus!"

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