sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MILHO VERDE TURISMO HENRIK TOUR


Distância até a capital: 348 Km

Histórico (história da cidade):  Sua história remonta ao início do século XVIII, quando um pequeno arraial surge na região do Serro Frio em decorrência das atividades de mineração do ouro e do diamante. Por estar dentro do Distrito Diamantino, Milho Verde sofreu as severíssimas restrições impostas pela Coroa Portuguesa à região demarcada. As terras de Milho Verde foram incluídas na área proibida para a mineração. No local, chegou a ser instalado um quartel e um posto fiscal para o controle e a fiscalização do extravio de diamantes. Esse fato decidiu o destino do arraial: a estagnação. Assim, nunca mais o arraial se desenvolveu. Existem algumas referências sobre o local no século XIX. O mineralogista José Vieira Couto fez o seguinte registro em 1801: “lugarejo pequeno, mal arranjado, e com muitas casas palhoças, vivendo os seus pobres habitantes de uma pequena e insignificante cultura”. O inglês John Mawe e o francês Saint-Hilaire passaram por Milho Verde em 1809 e 1817, respectivamente. Em seus apontamentos foram feitos os comentários sobre a decadência local. Saint-Hilaire escreveu que o arraial estava localizado “em uma região árida que não possibilitava nenhum gênero de plantação” e se constituía “de uma dúzia de casas e uma igreja”. Situado nas vertentes da Serra do Espinhaço, a 25km da sede do município do Serro, esse vilarejo não muito distante das cabeceiras do Rio Jequitinhonha foi elevado à categoria de distrito em nove de julho de 1868. Na década de 80, algumas pessoas cansadas das cidades grandes, em busca de uma vida alternativa, descobriram a singela e tranqüila Milho Verde. Depois, o local foi descoberto pelos turistas, que buscavam novas paisagens e opções fora dos roteiros de turismo de massa. A partir daí, é que foi se formando uma pequena infra-estrutura para receber os novos visitantes. Hoje, Milho Verde possui um aspecto rústico e encantador, em absoluta harmonia com a natureza. A belíssima paisagem, o patrimônio histórico, as cachoeiras, a singela hospitalidade dos habitantes e a deliciosa culinária típica fazem desse vilarejo um destino muito especial. Passar alguns dias em Milho Verde é se deixar levar por uma vida simples, sem horários e compromissos, aliás, os únicos compromissos que se pode ter em Milho Verde são: tomar banhos de cachoeiras de águas límpidas ou experimentar uma comida feita em fogão à lenha, saborear goiabadas e marmeladas, tudo muito autêntico.
Significado do Nome
Quanto ao nome, existem duas versões: uma faz referência a um certo português de nome Rodrigo Milho Verde, que durante muitos anos teria morado no local. A outra versão conta que os primeiros bandeirantes que alcançaram a região encontraram uma comunidade indígena e esta lhes teria oferecido uma grande quantidade de milho verde.  


















Calendário de festas:  
Janeiro19 – Festa de São Sebastião
Junho24 – Festa de São João e Cruzeiro
Julho17 – Festa da Nossa Senhora dos Prazeres
Setembro26 – Festa da Padroeira Nossa Senhora do Rosário

Pontos turísticos:
Cachoeira Arco-Íris
É uma cachoeira que durante o inverno fica quase seca. Forma-se entre outras figuras, um arco-íris ao cair de suas águas. A trilha até esse atrativo é rica em espécies de plantas do cerrado. A duração da caminhada é de 1 hora aproximadamente.

Cachoeira Campo Alegre
Localizada a 8 km da cidade esta cachoeira é composta de várias outras pequenas quedas do mesmo rio. Para se chegar até ela caminha-se por uma belíssima trilha por onde em outros tempos passavam os tropeiros.

Cachoeira do Ausente
Cachoeira com pequenas piscinas naturais de águas cristalinas, pouco visitada. Está localizada a 6 km da cidade, num lugarejo chamado Ausente, com população predominantemente negra. Assim como o Baú é preciso atravessar o Rio Jequitinhonha. Neste lugar existe um senhor de nome Crispim que detém ainda algumas palavras do dialeto dos antigos escravos africanos. É conhecedor também da tradição dos Catopés.

Cachoeira do Baú
Belíssima cachoeira com um poço médio, em terreno de aclive acentuado. No caminho atravessa-se o rio Jequitinhonha, também de nome Massagano. Baú é o nome de um povoado que é considerado um antigo quilombo. Sua população é predominantemente negra. Distante aproximadamente 8 km.

Cachoeira do Canela
É uma cachoeira com queda de aproximadamente 8 metros formando um poço de água cristalina e fria. Mata ciliar muito conservada sendo também pouco visitada. Caminhada de aproximadamente 60 minutos.

Cachoeira do Carijó
Uma belíssima cachoeira com uma pequena queda de 8 metros e um poço médio. Localizado a 2,5km da cidade.
Cachoeira do Lageado
É um dos principais atrativos de Milho Verde e um dos mais visitados também. Estende-se por uma bela vargem bem ampla com a vegetação típica de campos rupestres. Formam várias cachoeiras e belas piscinas naturais. Distante 2Km de Milho Verde.
Cachoeira do Moinho
Após uma sucessão de piscinas naturais, que correm sobre uma lage, as águas desabam em duas grandes quedas, para mais abaixo formar o rio Jequitinhonha.
Existe um bar no local que funciona nos feriados e em ocasiões de maior fluxo turístico.
Cachoeira do Piolho
É uma das cachoeiras mais altas de Milho Verde com uma queda livre de 35 metros utilizada também para a prática de rapel. Tem esse nome devido aos pequenos diamantes, encontrados em seu leito, do tamanho de piolhos. Distante 3Km de Milho Verde.

Cachoeira dos Macacos
Localizada na Fazenda dos Macacos, tem águas cristalinas e frias. Trilha limpa em estrada de terra com o nome Cova dAntas. Está próxima à Cachoeira do Piolho e do rio Jequitinhonha. Distante aproximadamente 6 km de Milho Verde.

Curiosidades da cidade:
* Terra natal da famosa Chica da Silva, nascida entre 1731 e 1735, e batizada na Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, na antiga freguesia de Vila do Príncipe (atual Serro), o distrito de Milho Verde é destaque pela sua exuberância natural. Localizado a 27 km da sede do município do Serro, o distrito tem como principais atrativos turísticos suas cachoeiras e trilhas, que somados ao ar festivo e acolhedor do povoado, lhe conferem encanto singular.
O arraial do Milho Verde surgiu em decorrência das atividades de mineração do ouro desenvolvidas na região do Serro Frio em princípios do século XVIII. Com a descoberta de diamantes, as prospecções alcançaram também a zona do Milho Verde, o que levou a Coroa portuguesa a fazer incidir sobre a população local as mesmas e drásticas normas de fiscalização adotadas para a chamada Demarcação Diamantina
*Do legado cultural desta época, uma das heranças mais significativas é a presença dos negros. Chegados para o garimpo nesta região tão distante do contato com notícias de sua terra ancestral, acabaram por adotar o catolicismo. Ou melhor, reinventar o catolicismo, num misto de ritos cristãos e africanos. Até hoje é possível encontrar resquícios desta tradição. Seu Crispim, 59 anos, morador de Ausentes, espécie de bairro de Milho Verde, carrega na memória palavras de um ritual há muito tempo em desuso, a `encomenda` da alma. Ele explica que quando uma pessoa morria na roça, familiares e amigos se reuniam para beber e dançar, enquanto o encomendador ia recitando e cantando versos que misturam palavras em português e em dialetos africanos, pedindo a Deus que recebesse bem a alma que seguia.
Depois de bem cantado, o corpo era carregado em um tronco e, se estivesse pesado, os integrantes do cortejo batiam com varas para que ficasse leve. Era então entregue no cemitério que fica ao lado da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Hoje, as pessoas são levadas para a cidade e o ritual não é mais realizado. Mas seu Crispim acrescenta, para nos despreocupar: `mas olha, quem andou certo, fazendo o bem, tem o caminho do céu limpo`.

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