sexta-feira, 26 de abril de 2013

HISTORIA DE BELO HORIZONTE MG

Na Serra das Congonhas, em 1701, o pioneiro João Leite da Silva Ortiz instalou a Fazenda do Cercado, que abastecia com produtos agrícolas as áreas mineradoras da vizinhança. Nascia na região Oeste o primeiro núcleo povoado da cidade de Belo Horizonte, fundada 196 anos mais tarde.

Calafate
No começo do século XX, iniciou-se a ocupação da região oeste através do Núcleo Agrícola do Carlos Prates. Povoado oficialmente por colonos, muitos deles estrangeiros, confundia-se à Vila Operária do Barro Preto, da mesma forma que o Núcleo Suburbano do Calafate, uma das partes mais populosas nos primeiros anos da cidade. Este local era formado por chácaras e uma pequena Capela. Nessa época, o acesso era precário e feito por animais em rudes vielas.

Em 1902, o Presidente do Estado de Minas Gerais, Dr. Francisco Salles mandou construir a Estrada de Ferro Oeste de Minas, rumo a Betim, passando pelo bairro Calafate, onde foi instalada uma estação perto da Rua Santa Quitéria. Em 1910 foi inaugurada a Estrada para o Barreiro, passando também pelo bairro Calafate. Estas vias foram os primeiros acessos oficiais ao bairro. Na década de 20, a cidade crescia e, por volta de 1924, a região oeste era a que mais se expandia. O então prefeito Flávio Fernandes dos Santos, constatava: “a cidade caminha assustadoramente e a passos largos. A ex- colônia Carlos Prates e os bairros do Calafate e Carlos Prates estão fadados a grande desenvolvimento”. Em 1936, o asfalto chegou ao bairro.

Com este desenvolvimento, a pequena Capela foi transformada na Igreja São José do Calafate, erguida na Praça Inácio Fonseca, e lá se encontra até hoje, sem grandes alterações em sua forma e estrutura. Não se pode falar sobre a história do bairro Calafate sem fazer menção à Banda Carlos Gomes. Ela surgiu em 1895 quando Belo Horizonte ainda era um acanhado arraial, onde as escassas oportunidades de entretenimento praticamente se limitavam às celebrações e festividades religiosas. A música era elemento fundamental nesses eventos e, em especial, as bandas desempenhavam o papel de agente aglutinador da vida social. Foi certamente com este espírito que o arquiteto português Alfredo Camarate organizou a Sociedade Musical Carlos Gomes, fundada oficialmente em 11 de julho de 1896, cujo nome homenageava um dos grandes compositores eruditos da época.

Prado

A história do bairro Prado está intimamente ligada à fundação da Capital. Pela rua Platina, passaram as carroças que trouxeram material de construção para as obras de construção da cidade. Mais de um século depois que a cidade foi fundada, o Prado tem um pé fincado no passado e outro no futuro. O bairro conserva algumas de suas características tradicionais, mas assiste ao boom das confecções que estão instalando-se ali com uma velocidade surpreendente. Ao mesmo tempo, a verticalização avança a passos largos. No lugar das casas, prédios.

O Prado Mineiro, antigo hipódromo de Belo Horizonte, inaugurado em 1909 pelo então Prefeito Prado Lopes, deu origem ao nome do bairro. Neste local eram realizadas corridas de cavalo, que acabaram dando início às primeiras atividades turísticas da capital. Com a retração deste tipo de esporte, a pista de corridas foi transformada em um campo de futebol, onde eram realizados importantes jogos do Campeonato Mineiro. Os jogos eram disputados pelos primeiros clubes da cidade, dentre eles o Clube Atlético Mineiro, o América Esporte Clube, o Morro Velho (hoje Vila Nova Esporte Clube) e o Cruzeiro Esporte Clube. Além de provas turísticas e de futebol, o Prado Mineiro também foi marcado pelo primeiro vôo de aeroplano realizado na capital. O piloto italiano Dariolli protagonizou o maior acontecimento da época, já que o avião só era conhecido nas telas de cinema. Posteriormente, o local foi ocupado pelo Comando da Polícia Militar de Minas Gerais - PMMG, que instalou ali o Departamento de Instrução – DI, para a formação de recrutas da corporação, e depois a Academia de Polícia Militar de Minas Gerais – APM, uma das principais referências do bairro Prado.

Em 1928, o desenvolvimento começa a dar o ar de graça na região, com a chegada dos primeiros bondes elétricos. As pequenas chácaras deram lugar às construções feitas pelo operariado.

Na década de 70, com a aprovação da Lei do Uso e da Ocupação do Solo Urbano, a verticalização virou tendência em quase toda a cidade. Entretanto, o bairro Prado absorveu o fenômeno de forma lenta, mantendo em grande parte sua característica histórica de espaço residencial. Bairro tradicional e ainda residencial, o bairro Prado tem cerca de 500 pontos comerciais e se destaca no setor econômico de Belo Horizonte.

O DI – Departamento de Instruções da PMMG na vida do Prado

No início, chamava-se DI - Departamento de Instruções. Era o ano de 1932, em plena Revolução Constitucionalista. Seu idealizador foi o Capitão João Batista Mariano. O DI instalou-se no bairro Prado, chamado assim por causa do antigo hipódromo. A sua entrada era pela rua dos Pampas. Com o passar dos anos, o DI foi mudando. Os soldados passaram a ficar ali aquartelados, só saindo em caso de guerra. Com o golpe militar de 1964, a Polícia Militar transformou-se em tropa de elite, segurança do regime. Foi criado o Clube dos Oficiais da Polícia Militar, na rua Diabase, com parque aquático, quadras esportivas e demais equipamentos.

Posteriormente, houve uma mudança no nome do órgão, de Departamento de Instruções para Instituto de Educação de Segurança Pública (IESP), passando a englobar ensino, pesquisa, administração, treinamento e graduação universitária. Atualmente a formação de todos os policiais militares do Estado de Minas Gerais é feita pelo IESP.

Até 1934, a Polícia Militar não oferecia treinamento para seus policiais. A primeira mudança ocorreu em março de 1934, com a criação do DI. Em julho de 1975, o tradicional DI teve sua denominação mudada para Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Oficiais, que, quatro anos depois, foi transformada em Academia da Polícia Militar (APM), atual IESP.

O Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes

O bairro Prado também abriga um dos mais antigos contingentes da Polícia Militar: o Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes, fundado em 9 de julho de 1775, em Ouro Preto, que, quatro anos mais tarde, foi transferido para Cachoeira do Campo. O prédio onde funcionou o Regimento pode ser visto hoje às margens da rodovia que liga Ouro Preto à Belo Horizonte, funcionando no local o Colégio Dom Bosco. O Regimento de Cavalaria conta também com o setor de eqüoterapia, um método de tratamento de sáude para crianças com deficiências motora e mental.

Buritis
Estoril ou Buritis ? Não importa. A área hoje ocupada pelo bairro Buritis era, até o início da década de 70, uma fazenda particular de propriedade do Sr. Aggeo Pio Sobrinho. Por volta de 1973, esta fazenda começou a ser desmembrada e terrenos menores foram vendidos. Havia apenas uma via de acesso para a região, a Rua D. João VI, que se ligava ao Anel Rodoviário próximo à estação da CEMIG. A região era considerada Zona Rural.

Buriti é uma espécie de palmeira nativa do cerrado que podia ser encontrada na região, daí a decisão da empresa por batizar assim seu condomínio de luxo. No início da década de 80, a Construtora Alcindo Vieira, a CONVAPS, lançou um empreendimento nessa área para a construção de um condomínio fechado, seguindo o molde de outros que já existiam, como o do Retiro das Pedras e o Vila Del Rey. A área era então considerada Zona Residencial 2 que permitia apenas residências unifamiliares e horizontais.

Logo começaram a surgir diversos prédios residenciais de pequeno porte oferecendo, segundo as construtoras, o “padrão Zona Sul” a preços muito mais acessíveis. O bairro tornou-se, assim, uma ótima opção para jovens e casais que já não tinham espaço em bairros como Sion, Mangabeiras, Belvedere ou Anchieta. Desse modo, o bairro Buritis experimentou, a partir de 1991, um crescimento muito elevado, extremamente veloz e totalmente verticalizado. Este crescimento acabou englobando a região vizinha do Bairro das Mansões, que assumiu as mesmas características do bairro Buritis. O mercado imobiliário da região continua aquecido. Além de outras vantagens, os bairros não são cercados por favelas, não servem de via de acesso e ainda oferecem uma boa infra-estrutura de serviços.

Estoril
O bairro Estoril foi fundado em 27 de novembro de 1981, sendo um empreendimento da Construtora Tratex. O Estoril era considerado àquela época um local abandonado, mesmo depois de ter recebido saneamento básico e iluminação pública. Mas por absoluta falta de moradores, as poucas casas existentes eram constantemente assaltadas e, principalmente, o Estoril era um grande bota-fora de entulhos. As residências eram erguidas em dois ou mais lotes, formando mansões, o que até hoje caracteriza a parte mais antiga e interna do Estoril. São quase exclusivamente residências unifamiliares, sendo raras as construções de prédios no local.

Uma outra vertente dessa etapa é o englobamento de uma antiga área, o Bairro das Mansões. A terceira e última parte da construção do bairro Estoril se limitou à região próxima ao Campus da Faculdade UNI-BH.

Cabana, Vista Alegre, Madre Gertrudes, Patrocínio, Glalijá e Jardinópolis:

O bairro Cabana do Pai Tomáz, mais conhecido como bairro Cabana, teve início com a invasão de proximidades da antiga BR– 031(atual BR-262), nos terrenos pertencentes à fazenda Lhana, cujo proprietário era o Sr. Antônio Luciano. Tais áreas invadidas correspondem atualmente à Vila São José, Nova Cintra, Vila Oeste e Cabana do Pai Tomáz, que teve esse nome devido à existência de um lote na Avenida Amazonas onde realizavam-se benzeduras do Pai Tomás. A invasão foi estimulada em virtude de um Decreto Municipal do então Prefeito de Belo Horizonte Jorge Carone Filho, em 10 de setembro de 1962, que desapropriava os terrenos não vagos em prol do interesse social.

A ocupação da área gerou problemas, como a desvalorização de terrenos vizinhos. O terreno do Deputado Estadual Waldomiro Lobo, proprietário do Sanatório Waldomiro Lobo, atual Fundação Waldomiro Lobo foi um destes casos. Atualmente, a maior parte das habitações localizadas na sub-área que compõe essa região (Vista Alegre, Madre Gertrudes, Patrocínio, Glalijá, Jardinópolis e Cabana) ainda não estão legalizadas e a população é nitidamente carente e de baixa renda. Nos últimos anos, entretanto, vêm conseguindo melhorias significativas, graças ao Programa do Orçamento Participativo da Prefeitura de Belo Horizonte.

Palmeiras e Betânia:

A região dos bairros Palmeiras e Betânia teve o primeiro surto de desenvolvimento a partir de 1970, quando toda a região começou a ser asfaltada. A Rua Úrsula Paulino só foi totalmente concluída em 1980. No bairro Palmeiras, há 21(vinte e um) anos, as ruas não eram bem definidas, havendo apenas trilhas, que dificultavam o acesso. Após a construção dos Conjuntos Habitacionais dos Militares e do Conjunto Serra da Mantiqueira, foi feita implantação de redes de água e esgoto e outros serviços básicos, o que beneficiou também as áreas a eles próximas.

Marajó, Nova Barroca, Havaí e Estrela Dalva:

As ocupações dos bairros Marajó, Nova Barroca, Havaí e Estrela Dalva, se deram em períodos distintos. O bairro Marajó, por volta do ano de 1966, foi o primeiro a ser ocupado. Pela proximidade do bairro Marajó e dessas áreas já citadas, as ocupações se estenderam para o bairro Havaí e para a parte mais baixa do bairro Nova Barroca. Já o bairro Estrela Dalva surgiu em época mais recente, por volta do ano de 1982. O principal núcleo residencial do bairro constitui-se de um conjunto habitacional, que foi responsável pela origem de seu nome.

Jardim América:

O bairro Jardim América teve sua origem a partir de uma grande fazenda, a Fazenda das Goiabeiras, de propriedade do Sr. Ranieri Migliorini, que fazia divisa com a Fazenda do Cercadinho, com o Córrego dos Macacos e com a atual Rua Gávea. O nome do bairro surgiu devido a existência de jardins e roseiras nos terrenos da fazenda.

Em 1918, com a morte do proprietário, o terreno foi vendido para o Sr. Raimundo Scott e para o Sr. José de Oliveira, que o lotearam e criaram a Vila Jardim América. Aí nasceu um povoado onde residiam cerca de 50(cinqüenta) famílias, a maioria composta por operários e lavadeiras. A ligação do bairro com o centro da cidade era feita por trilhas e atalhos. Esta região ficou estagnada durante muito tempo, sendo mal servida por infra-estrutura como comércio, transporte(não existia) e saúde (farmácia, postos de saúde, etc.). Era no bairro Calafate que a população adquiria os produtos de que necessitava, constituindo-se tal bairro como o principal pólo de abastecimento da região.

Em 1932, foi inaugurado o sistema de água encanada, e em 1953 a iluminação pública chegou à região. As ruas eram até então abertas e cascalhadas pela própria população. Em 1957 surgiu o primeiro meio de transporte, as Canarinhas (Jardineiras amarelas). Foi na década de sessenta que surgiu a primeira linha de ônibus para servir a região. Nessa época, as ruas começaram a ser calçadas.

A Paróquia de São Jorge foi inaugurada na década de setenta. Antes dela, existia apenas um cruzeiro de madeira, situado em um lote doado. Posteriormente foi construída a Capela São Jorge com recursos da própria população, e só após grandes reivindicações foi construída a referida Paróquia. As escolas só começaram a surgir na região na década de cinqüenta. No final dos anos cinquenta, o bairro Jardim América teve ampliado seus limites com a criação das Vilas Barão Homem de Melo e Ventosa (limítrofe ao atual Bairro Havaí), e que atualmente são as áreas mais adensadas do bairro.

Morro das Pedras:

O Morro das Pedras teve suas primeiras ocupações datadas de 1935 a 1938, quando o então Prefeito Otacílio Negrão de Lima transferiu moradores das favelas existentes nos bairros Barroca e Santo Agostinho para o Morro das Pedras, dando a eles um termo de doação de terreno. Esta área constitui hoje a atual Vila São Jorge, sendo o local pertencente a uma antiga fazenda, denominada Fazenda das Piteiras.

Posteriormente à ocupação da Vila São Jorge, ocorreu a invasão de áreas das antigas fazendas do Cercado e Cercadinho (atual Vila Santa Sofia), limite com o bairro Jardim América. Na década de 40 iniciou-se a ocupação da área do Lixão. Esta área era uma antiga voçoroca onde funcionava o depósito de lixo da Prefeitura de Belo Horizonte (1945 a 1971), sem qualquer controle de compactação, drenagem e aterramento.

Por volta de 1949, na época da construção do Sanatório Marques Lisboa, iniciou-se a ocupação da Vila do Cascalho, vizinha ao bairro Gutierrez. No entanto, o auge da ocupação dos moradores nesta área deu-se em meados da década de 60. Os primeiros ocupantes da área buscavam pedra e areia na pedreira para a construção de suas casas que eram, na sua maioria, feitas de adobe.

Conjunto Santa Maria e Vila Leonina:

O que hoje é conhecido como Conjunto Santa Maria, constitui área de um conjunto habitacional com esse nome, além de englobar parte da Vila Leonina (Chácara Leonina). À época da construção do Conjunto Habitacional Santa Maria, onde hoje existe a Avenida Raja Gabáglia, havia uma estrada de terra que ligava Belo Horizonte a Nova Lima, com trânsito predominante de carroças.

O Conjunto Santa Maria foi criado, entre 1958 e 1960, pelo Departamento de Bairros Populares (DPB), órgão da Prefeitura de Belo Horizonte à época. A partir de 1960, a ocupação da Vila Leonina foi intensificada. Nesta época ainda haviam poucas moradias no local. No ano de 1968, intensificou-se o adensamento da Vila com a ocorrência de intenso fluxo migratório. Um dos fatores de atração para o aglomerado foi o depósito de lixo da Prefeitura ali instalado. A partir de 1981, a invasão no local aumentou, adensando em muito a Vila e toda a região do Morro das Pedras.

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