CP – Nós buscamos justamente esses diferentes corpos trabalhando pela dança, e não apenas um. Dessa forma, podemos fazer emergir diferentes experiências e efeitos e observar como os corpos dessas mulheres se misturam uns com os outros durante a coreografia. Essa relação do profissional com o amador torna a apresentação única, diferente em cada movimento, e isso se reflete tanto para os bailarinos quanto para o público.
BI – Como é ter o Inhotim como cenário para essa apresentação?
CP – É formidável. Esse lugar é realmente incrível. Além disso, trabalhar coreografias que envolvam as obras Desert Park (2010), de Dominique Gonzalez-Foerster e Piscina (2009), de Jorge Macchi, como iremos fazer, é ainda mais interessante, já que ambas têm um impacto muito grande sobre o corpo, a energia e o próprio espaço. Mas, claro, todo o Inhotim é excepcional e nos causa um encantamento já de cara. Lembro-me de que na primeira vez que viemos aqui, em 2012, eu e Jacques [Hoepffner, artista visual e parceiro na elaboração do espetáculo] tivemos apenas meio dia para visitar o parque. Mas mesmo com a rápida passagem, olhamos em volta e falamos “uau!”, queremos desenvolver algum projeto aqui. Hoje isso está sendo possível.
“Estou fazendo um museu”, disse Bernardo Paz a seu amigo Cláudio — hoje membro do conselho de administração e presidente do conselho consultivo do Inhotim —, que ficou curioso, mas não imaginava a dimensão da proposta. “Aí eu fui lá, me apaixonei e propus a ajudá-lo”, comenta. Inhotim foi idealizado em 1984 quando recebeu a visita do renomado paisagista Roberto Burle Marx, que apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins. Desde então, o projeto paisagístico cresceu e passou por várias modificações.
Em 2002, foi fundado o Instituto Cultural Inhotim que, em 2008, se transformou em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. Inhotim ampliou sua presença como museu se tornando uma instituição que reúne diferentes linhas de atuação: Arte contemporânea, Jardim Botânico, Inclusão e cidadania. “Quando eu vi a combinação entre arte e natureza eu achei espetacular. A semente de um grande centro de arte e educação. Um grande núcleo de lazer e cultura”, afirma Claúdio.
Hoje, o Inhotim é a única instituição brasileira que expõe um acervo de arte contemporânea permanentemente. “Os artistas falaram que esse projeto só teria a relevância que Bernardo estava imaginando, se fosse um projeto público e profissional. Organizado não só por interesses e gostos particulares, mas entendendo a potência desse lugar para uma coleção artística e tentar cristalizar isso em uma linha curatorial”, completa o diretor artístico do Inhotim, Jochen Volz.
O Inhotim é um lugar que você precisa ir sem pré conceitos , não imagine um quadro perfeito , em constante mudança o lugar propõe coisas do cotidiano , do dia a dia do ser humano .
o legal do Inhotim é a sintonia da arte com o ambiente natural .
A Henrik Tour faz passeios regulares para o Inhotim
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